Quinta-feira, 24 de Abril de 2008
A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak

 

 

A menina que roubava livros
"Ás vezes eu chego cedo demais
Apresso-me,
e algumas pessoas se agarram
por mais tempo à vida do que seria esperável"
.
.
.
Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria Morte, de tão impressionada, decidisse nos contar a história de Liesel, em 'A menina que roubava livros'. Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido de sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona-de-casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, 'O manual do coveiro'. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro dos vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes. E foram esses livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto da sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vanderburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar. Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal.
.
.
.
.
 "...De alguma forma, entre a tristeza e o luto, Max Vandenburg, já então um adolescente de mãos duras, olhos escuros e dor de dente, também ficou meio decepcionado. Até desgostoso. Ao ver o tio afundar lentamente na cama, decidiu que nunca se permitiria morrer daquele jeito.
O rosto do homem era resignado demais.
Muito amarelo e tranquilo, apesar da arquitetura violenta de seu crânio _ do queixo interminável, que se estendia por milhas, das maçãs do rosto protuberantes e dos olhos envocados. Tão sereno, que deu no menino a vontade de perguntar uma coisa.
.
 Cadê a briga?, matutou.
 Cadê a vontade de persistir?
 É claro que , aos treze anos ,ele era meio exagerado em seu rigor. Não tinha ficado cara a cara com uma coisa com eu. Ainda não.
 Junto com os outros , ficou em volta da cama e viu o homem morrer _ uma fusão sem risco entre a vida e a morte. A luz na janela era cinza e laranja, da cor da pele do verão, e seu tio pareceu aliviado quando sua respiraçao desapareceu por completo.
 - Quando a morte me pegar _  jurou o menino _ ,vai sentir meu punho na cara.
 Pessoalmente, gosto disso. Desse heroísmo idiota.
 É.
 Gosto muito disso.     ..."
 
.
.
.
.
.
.
uma provocaçao da morte:
"A pergunta é: qual será a cor de tudo nesse momento em que eu chegar para buscar você? Que dirá o céu?"


Publicado por Clementine às 21:18
Link do post | Comentar | Adicionar aos favoritos

Profile
Outubro 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

27
28
29
30
31


Post Frescos

A Menina que Roubava Livr...

Baú

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Fevereiro 2008

Links
Pesquisar neste blog
 

todas as tags

blogs SAPO
subscrever feeds
Em destaque no SAPO Blogs
pub